terça-feira, 22 de abril de 2008

Na janela do meu quarto.


Daqui onde estou da para sentir
os cheiros das violetas,
ver as danças das borboletas
e um pequeno beija-flor.

Daqui da para ver as nuvens,
que passam tranqüilas,
levando as lembranças do verão,
que já acabou.

Daqui onde vivo agora,
da para ver meu vô na praça
contando casos da roça,
para alguém que passou,
da para ver as crianças correndo,
homens bebendo e mulheres falando de amor

Desse meu canto
da pra ver minha vó com outro manto,
bordando uma manta para o neto
que ainda não findou.

Do meu lugar vejo meu pai a cantar
canções de sua infância,
olhando para os filhos com esperança
de que um dia virem todos doutor.

No espaço em que permaneço,
vejo minha mãe guardando o berço,
que de tão velho,
já até perdeu o valor.

Daqui ainda dá pra ouvir as risadas,
as bagunças das molecadas,
no quintal de meu antigo amor

Daqui ainda dá pra sentir seu sorriso,
e quanto tudo fica tímido...
Eu me reencosto em seu outro
e lembro toda essa história de amor.

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