terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Uma vida

imagem retirada do google

Ele acordou, se levantou de pressa e se pois a correr,

era uma manhã de terça e o sol insistia em aparecer por meios de tantas nuvens.

Ele já não era muito animado com dias nublados, mas naquele dia era muito mais noite dentro dele. Tinha acabado de se separar de alguém e tudo ainda era muito confuso, sua mente sonhava com passos livres e seu corpo sonhava com ela, era tanta contradição em tão pouco espaço, parecia que ele vive eternamente numa dança de querer o que não se quer.

Arrumou suas canetas no bolso, verificou os compromissos na agenda e imaginou não muito distante como estaria quem de fato fazia sol no seu coração. Ele era contraditório demais e também muito fascinante.

Tinha estrelas nos olhos e suas palavras nunca traziam segundas intenções, gostava de ver pessoas nas ruas conversando consigo próprio e adorava quando encontrava criança, para ele elas traziam ainda lembranças vivas de Deus.

Neste dia ele falou com várias pessoas, deu conselhos, falou da importância de não ser importante, disse sobre o quanto vale a pena se amar e ter em si todas as motivações que necessita, mas uma hora ele parou, olhou para o alto e então lá estava ela, seu sorriso iluminava todo ambiente, ela tinha gestos delicados... Mas ele pensou que não tinha muito tempo para isso, tinha muitas coisas para realizar e não podia sonhar, não daquele jeito, não naquela hora.

Pintou os olhos, passou perfume, falou sobre o que achava de si mesmo, se penteou e escreveu com o batom que esqueceram na pia: “A vida é uma merda engraçada...”

Foi até a igreja do centro e quando encontrou quem procurava, propôs a ela uma dança, levou-a no centro da igreja e cantou canções da TV. Ele era encantador, a fez levantar do chão, sem ao menos tirar os pés dele, ele falava com paz aos seus ouvidos e ela imaginava se teria mesmo o direito de ouvir tudo aquilo.

Voltou ao seu lar, doou a suas roupas, deitou nu e cantou, cantou até que adormeceu...

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